Entorse Lateral de Tornozelo

Apresentações desse tipo de lesão recentemente em atletas de elite:

  • Harry Kane, camiseta nº 10 e grande nome do Tottenham, no dia 14/01/2019 em partida contra o Manchester United, sofreu força aplicada na região lateral do pé em flexão plantar (apoiado na ponta do pé). O desfecho foi uma lesão de Grau II em seu Ligamento Colateral Lateral. Desça e Entenda. Antes, veja o momento da lesão, que vai até o segundo 13:

  • Lonzo Ball, o nº 2 dos LA Lakers, sofreu inversão plantar súbita contra os Houston Rockets, no terceiro quarto, da noite de 19/01/19 . Foi noticiada, de acordo com os exames de imagem, uma lesão de grau III – Ruptura – no Ligamento Colateral Lateral do Tornozelo. Veja o lance:

Dessa Maneira, além da ausência  de LeBron James por Distensão dis Adutores, os Lakers terão de aguardar 4 a 6 semanas, conforme meio de comunicação, pelo retorno de Lonzo Ball, devido ao Grau III (o pior dos prognósticos) de sua lesão.

O Entorse Lateral

Como Abordado no Post sobre Entorses de Tornozelo (Clique e saiba mais sobre todos os tipos), a entorse Lateral corresponde a mais de 90% desse tipo de lesão, que é a mais comum entre todas as injúrias desportivas.

Anatomia Topográfica:

A região Lateral do Tornozelo possui Estabilização Estática e Dinâmica, essa (dinâmica) ocorre por meio dos músculos Fibulares, em especial. Já a Estática se dá por meio do Ligamento Colateral Lateral, o qual é constituído por 3 feixes (Vide Imagem Abaixo); para fins de Lesão, os mais importantes são apenas dois (2):

1. Ligamento Talofibular Anterior (LTFA), lesionado em 70 – 85% de todas as torsões;

2. Ligamento Calcâneofibular (LCF)

O  LTFA é o mais fraco, seguido pelo LCF; por isso, ele é preferencialmente lesado. Dois terços de todos os casos rompem apenas o LTFA; a segunda lesão mais comum, em aproximadamente 20% dos casos, é uma ruptura combinada de LTFA e LCA; o Ligamento Talofibular Posterior é raramento rompido apenas em traumas muito severos.

Mecanismo da Lesão

Assim como os músculos eversores, Fibular Curto e Longo, que apontam a sola do pé para fora, os dois Ligamentos da Região Lateral citados (LTFA e LCF) agem impedindo a Inversão e a Flexão Plantar excessivas. Portanto, o mecanismo da lesão ocorre justamente nesses movimentos – Súbita Inversão e Flexão Plantar. Outro termo utilizado é Supinação, um sinônimo da inversão; pode ser feita uma analogia com o movimento realizado no membro superior, onde supinação é uma rotaçao interna (medial) da mão; no pé, quem é rodado medialmente é a sola.

Outro fator anatômico relevante é o formato do osso Tálus, constituinte do osso do pé que forma a articulação do Tornozelo, junto dos osso da perna Tíbia e Fíbula, por meio os maléolos Medial e Lateral, respectivamente.

Voltando ao Tálus, o mecanismo da Lesão ocorre em Flexão Plantar pelo fato de, além de esticar além do limite os ligamentos nessa posição, porque a Tróclea do Tálus é mais estreita na parte posterior (Vide Imagem Abaixo). Quando em flexão plantar (“na ponta dos pés”), é justamente a parte posterior quem está fazendo o encaixe articular. Nessa situação, há menor congruência – contato entre os ossos – da articulação, o que a torna menos estável e mais suscetível aos entorses laterais.

Dessa forma, no caso do atacante do Tottenham, Harry Kane, a lesão ocorreu pelo fato de ter recebido uma força aplicada lateralmente ao seu pé, que estava plantifetido, a posição mais instável dessa articulação. Como resultante das forças, seu pé esquerdo assumiu uma posição de Inversão súbita somada a flexão plantar, que já se apresentava; o resultado foi um entorse de tornozelo lateral, sem veiculação pela mídia do(os) feixe(es) específico(os) acomedito(os) do Ligamento Colateral Lateral.

Após o Trauma

Conforme Abordado no Post generalista a respeito das torsões de Tornozelo, seguem as mesmas recomendações a respeito de tratamento durante a fase aguda, bem como a recomendação da terapia conseravadora na grande maioria dos casos. Os testes para detecção de instabilidade, devem ser realizados apenas 4 a 7 dias após o trauma, depois de descartada hipótese de fratura por radiografia ou estando ausentes os critérios das regras de Ottawa (Final desse Post).

  • Testes para Instabilidadade Lateral (Ligamento Colateral Lateral):

– Gaveta Anterior: Avalia Ligamento Talofibular Anterior (LTFA):    

 

 

 

 

 

– Inclinação Talar – inversão: Avalia o Ligamento Calcâneofibular (LCF) e o LTFA

Obs.:  há instabildiade apenas nos graus de injúria II e III.

Diagnóstico Diferencial

Sempre atentar para a possibilidade de Fratura do V Metatarso, causada pelo mesmo mecanismo (inversão + flexão plantar súbitas). Para fazer a diferenciação, é verificado há dor na digitopressão da base do quinto metatarso, tal como se há sinal de fratura na radiografia, como é elucidado pelas regras de Ottawa (Final desse Post)

 

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