Após atividades físicas, ficamos ofegantes. Você sabe por quê? Entenda
Além disso, saiba como conhecer a recuperação dos sistema de energia pode melhorar seu desempenho esportivo.
Durante atividades físicas extenuantes, ocorre a depleção (esgotamento) das reservas dos sistema energia corporais (são 3 – entenda quem são nesse post). Os sistemas podem ser anaeróbios (sem utilização de oxigênio para gerar ATP) e Aeróbios (com uso de oxigênio para gerar ATP).
Mas por que ocorre ofegância mesmo após atividades [descritas em Post sobre os sistemas de energia] como anaeróbias?
Isso acontece pois os sistemas mais tardios ajudam a reconstituir os sistemas de energia mais rápidos. Isto é, todos os sistema de energia podem, em via final, recuperar os seus estoques por meio do sistema aeróbio (sistema 3 – Entenda Esse Sistema)
Em resumo, nossos sistemas energéticos utilizam ATP, o qual é recuperado, em via final pelo sistema aeróbio. Dessa maneira, para recuperar o ATP em déficit, hiperventilamos. Como dito em Post Sobre o Segundo Fôlego, atividades extenuantes esgotam nossas reservas de ATP (sistema 1), de Glicogênio (sistema 2) e do sistema 3, de oxigênio ( de aprox. 2 litros – Descubra Onde Clicando Aqui). Além desse débito de 2 litros, aproximadamente mais 9 Litros são gerados por meio dos sistema 1 e 2. Esse fenômeno é conhecido como Débito de Oxigênio – pois é necessário, em via final, oxigênio para recompor esses sistemas. Veja abaixo uma imagem o débito de oxigênio gerado em experimento onde uma atividade física máxima foi realizada por 4 minutos, seguida do acompanhamento do Débito de Oxigênio, o qual é dividido em dois – Alático e Lático (com acúmulo de ácido lático – Entenda). Como revisão lembramos que quando não há oxigênio suficiente, passamos a utilizar uma via metabólica que gera ácido lático, causador de fadiga.
Em um primeiro momento observamos uma maior recuperação do Sistema Alático – Sistema do Fosfágeno (sistema 1). Como dito anteriormente, os primeiros a serem recuperados são os sistema de energia mais rápido. Em poucos minutos, esse sistema é recuperado. Inclusive, por isso é possível realizar uma nova série de levantamento de pesos na academia em poucos segundo ou minutos após a fadiga prévia. Cabe relembrar que o sistema 1 pode se valer do sistema 2 e 3 para se regenerar.
Em um segundo momento é vista a recuperação do Sistema Lático, essa de maneira mais lenta.
O sistema 2 – glicogênio e ácido lático é recuperado pela remoção de excesso de ácido lático em fluidos corporais; esse ácido causa a fadiga muscular. Obs.: quando há quantidade de energia adequada pelo metabolismo oxidativo (o único que recupera o sistema 2), a remoção do ácido lático ocorre por 2 maneiras:
- pequena porção: convertida de volta em ácido pirúvico, que então entro no sistema 3 (mitocôndria)
- Restante: convertido em glicose no fígado, a qual é armazenada em glicogênio em fígado e músculos
Vale lembrar que a recuperação do sistema 2 ( glicogênio e ácido lático), além da remoção do ácido lático envolve a síntese de novo glicogênio. Ao contrário do processos já descritos, que requerem segundos, minutos ou horas, o glicogênio requer dias. É muito importante saber que essa recuperação se dá de acordo com o tipo de nutriente utilizado na dieta. Acompanhando o Gráfico é possível entender como os carboidratos possuem importante papel na recuperação de glicogênio.
- Com um dieta rica em carboidratos, caso o glicogênio estiver depletado, já é possível recuperar/sintetizar uma boa quantidade de glicogênio; porém, a recuperação total se dá apenas em 48 horas.
Em resumo:
- A recuperação de glicogênio varia de acordo com o teor da dieta
- Em dietas com Alto teor de carboidratos: 2 dias (48h)
- Baixo Carboidratos em dieta com proteínas ou gordura ou sem comida: baixa recuperação
Lições:
-Atletas devem consumir altas quantidades de carboidrato antes de evento esportivo
-Atletas, em teoria, não devem participar de atividade exaustiva 48 horas antes de competição (irá depletar glicogênio)
– Caso o corpo estiver com baixos estoques de glicogênio, é recomendado refeição com alto teor de carboidratos ao menos 4 horas antes de atividade física com objetivo de obter maior desempenho muscular, como musculação.
Referências:
– HALL, John E. Guyton and Hall Textbook of Medical Physiology, Jordanian Edition E-Book. Elsevier, 2016.