JORNAL DA TERÇA-FEIRA
Ainda nos tempos de cursinho pré-vestibular, em Caxias do Sul, RS, possuia uma professora de redação que dava aulas por amor. Seu nome é profª. Magda Torresini, e ela é uma das mais consagradas e queridas docentes da cidade em sua área. Semanalmente, a professora separava os Jornais da ZH do final de semana, pois, segundo ela “essa era a edição que prestava” – onde estariam as informações realmente importante e de qualidade. Então, toda TERÇA-FEIRA após a aula Magda me dava as edições do final de semana anterior. Hoje, alguns anos após, eis que recebo uma mensagem no domingo de manhã contendo uma imagem onde eu mesmo – aquele aluno que recebia os jornais da Profª anos antes – estava justamente na edição do FINAL DE SEMANA!
Por eu não ter condições de pagar suas aulas, a professora me dava aulas gratuitas, inclusive me recebeu em sua própria casa na véspera de um vestibular para a correção de uma redação modelo UCS (Universidade de Caxias do Sul), prova na qual acabei sendo aprovado no dia seguinte – era minha sexta aprovação em Medicina na data. Posteriormente à aprovação na UCS, finalmente, acabei ingressando, após inúmeos incentivos para tal da profª, bem como a aprovação de um financiamento estudantil, onde apenas 3 alunos da Medicina da toda a universidade seriam selecionados. Sou infinitamente grato a profª Magda, pois acredito ter sido a melhor escolha ter ingressado naquele período na Medicina.
Todavia, entrei com o pensamento de rumar, em um futuro próximo para uma Universidade Federal, pois sempre foi meu objetivo maior e, além disso, o valor da mensalidade, mesmo com o financiamento (50%) era um grande obstáculo. Então, semanalmente, a profª Magda corrigia minhas redações por e-mail (a mesma forma que ela fazia, antes da aprovação na UCS, quando ela viajava à MG para ver sua família e não estava em Caxias – tudo isso sem me cobrar um centavo!):
Portanto, conciliando a faculdade de Medicina e os esutudos para o ENEM, incluindo a redação com a profª Magda, consegui ser aprovado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Obs.: ainda há e-mails de redações em 2017, pois no ano seguinte tentei o ENEM de novo, visto que almejava passar em Porto Alegre, objetivo que não foi concretizado, apesar de muito esforço; vejo esse desfecho no ENEM de 2017 como parte de algo maior que estava para acontecer, pois em Pelotas acabei sendo Bicampeão da maior competição entre estudante de medicina do país. Ademais, como já disse Michael Jordan:
“Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos.
Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo… e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida.
E é exatamente por isso que sou um sucesso”
. . .
Após uma aula de terça à “tardinha” como outra qualquer, conversámos e eu acompanhava Magda até a porta de seu prédio, quando ela me disse que eu tinha cara de quem lida com Ossos, de Médico de Ossos... Quem sabe?! Talvez, algum JORNAL DE uma TERÇA-FEIRA.
[Trecho do Jornal Folha do Mate – Venâncio Aires, RS]:
Fotos da edição de ZH de sábado e Domingo, 3 e 4 de agosto de 2019: