Bursite Trocantérica: Dor na Lateral do Quadril? Entenda a Causa e Anatomia Envolvida

Você sente dor na lateral do quadril ao caminhar, correr ou mesmo ao permanecer em pé por muito tempo? Esse desconforto pode ser causado por uma condição conhecida como bursite trocantérica — uma inflamação que afeta estruturas específicas ao redor do trocânter maior, localizado na parte lateral do osso fêmur, em sua parte proximal.

No vídeo abaixo, explico com detalhes — e com apoio de animações e imagens anatômicas — o que é essa bursite, por que ela acontece e como o corpo responde a esse processo. Assista e, em seguida, continue lendo para entender o que pode estar por trás da sua dor.

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O Que é a Bursite Trocantérica?

A bursite trocantérica é uma inflamação das bursas localizadas entre o osso do trocânter maior do fêmur e estruturas como o trato iliotibial e os tendões dos músculos abdutores do quadril, especialmente o glúteo médio e o glúteo mínimo.

As bursas são pequenas bolsas cheias de líquido que funcionam como “almofadas” naturais, reduzindo o atrito entre músculos, tendões e ossos. Quando essas bursas são irritadas repetidamente — por impacto, sobrecarga muscular ou desequilíbrios biomecânicos — ocorre inflamação, resultando em dor na região lateral do quadril.


Anatomia Envolvida

  • Trocânter maior: proeminência óssea lateral do fêmur.

  • Músculos abdutores do quadril: glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata — responsáveis por estabilizar a pelve durante a marcha.

  • Trato iliotibial: faixa de tecido conjuntivo que pode gerar atrito sobre a bursa.

  • Bursa trocantérica: localizada entre o trocânter maior e essas estruturas, principal afetada na bursite.


Causas Mais Comuns

  • Desequilíbrio muscular nos abdutores do quadril, que sobrecarrega a bursa.

  • Corridas ou caminhadas em terrenos irregulares, que exigem mais estabilidade da pelve.

  • Traumas repetidos na lateral do quadril, comuns em esportes como o futebol ou em quedas.

  • Condições associadas, como impacto femoroacetabular ou tendinopatias dos abdutores.

  • Fatores anatômicos, como pelve larga (mais comum em mulheres), que alteram a biomecânica do quadril.


Sintomas Comuns

  • Dor localizada na lateral do quadril, especialmente sobre o trocânter maior.

  • Desconforto ao deitar de lado, caminhar ou ficar em pé por longos períodos.

  • Dor que piora ao subir escadas ou ao apoiar o peso em uma perna só.

  • Sensibilidade à palpação na região lateral do quadril.


Diagnóstico

O diagnóstico deve incluir:

  • Exame físico completo do quadril, avaliando mobilidade, força muscular e testes como o sinal de Trendelenburg(queda da pelve ao apoiar-se em uma perna).

  • Exames de imagem, como ressonância magnética (para avaliar partes moles) e ultrassonografia (quando disponível), úteis para confirmar inflamação ou descartar outras causas.

  • É importante excluir diagnósticos diferenciais como:

    • Tendinopatia do glúteo médio

    • Síndrome do piriforme

    • Impacto femoroacetabular

    • Fraturas por estresse

    • Rupturas de tendões abdutores


Tratamento

Na maioria dos casos, o tratamento é conservador e dividido por fases:

  1. Controle da dor: repouso, aplicação de gelo, analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais.

  2. Alongamentos e mobilidade: para reduzir a tensão sobre a bursa e restaurar o movimento.

  3. Fortalecimento muscular: especialmente dos abdutores do quadril, essenciais para estabilizar a pelve e reduzir a sobrecarga na região lateral.

Um abdutor forte funciona como um cabo de guerra equilibrado: reduz a força necessária nas estruturas adjacentes e protege a bursa da sobrecarga.

Em casos persistentes ou graves:

  • Infiltrações com corticosteroide podem ser indicadas, com atenção aos riscos e efeitos colaterais.

  • Em situações mais raras, pode ser necessário tratamento cirúrgico, como excisão da bursa ou correção de tendões rompidos — especialmente em casos associados a rupturas crônicas do glúteo médio, comuns em pacientes com artrose do quadril.


Prognóstico

O prognóstico costuma ser excelente quando a causa subjacente é identificada e tratada. A bursite por si só tende a não deixar sequelas duradouras, mas é essencial investigar o que está gerando a inflamação repetitiva — muitas vezes, a bursite é apenas a “ponta do iceberg”.


Conclusão

A dor na lateral do quadril pode ter origem em múltiplos fatores — e a bursite trocantérica é uma das causas mais frequentes. Conhecer a anatomia da região e as disfunções associadas ajuda a entender por que a dor aparece e o que pode ser feito para resolvê-la de forma eficaz e duradoura.

Se você sente esse tipo de dor ou foi diagnosticado com bursite trocantérica, é fundamental realizar uma avaliação completa para identificar desequilíbrios que possam estar por trás da inflamação.

A dor é o sinal. A causa, muitas vezes, está mais profunda.


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